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Como a música pode melhorar a saúde mental das pessoas

Por:digitalpixel
Eventos

15

jun 2021

Por Márcia Mora Garcia Bertti

Estamos vivenciando um momento que pede urgência na manutenção da saúde mental e isso, porque alguns fatores causados pela Pandemia, como isolamento social, impactos financeiros, incertezas quanto ao futuro, instalaram um caos emocional. Consequentemente, desencadeou-se um aumento no número de casos de pessoas com transtornos mentais, que são disfunções no funcionamento da mente, provocados por complexas alterações no sistema nervoso central, prejudiciais ao desempenho do indivíduo no âmbito familiar, social e profissional.

O medo de contrair a doença, estresse intenso, excesso de trabalho, insegurança, traumas, luto, frustração, angústia podem suscitar sérios transtornos mentais como depressão, ansiedade, síndrome de pânico, síndrome de Burnout, transtorno bipolar entre outros. Isso também gera sérios distúrbios do sono, como a insônia, caracterizada pela falta de sono, dificuldade prolongada para adormecer e incapacidade de manter o sono.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 40% dos brasileiros sofrem de algum distúrbio do sono e a pandemia agravou ainda mais esse quadro.

A insônia afeta a estabilidade mental e física, gera cansaço, indisposição, irritabilidade. A capacidade de concentração e raciocínio fica prejudicada. O cérebro precisa de descanso, pois é no momento do sono que ele libera substâncias ao bom funcionamento do corpo, fixa novas informações adquiridas, elimina toxinas, consolida algumas memórias, entre outras funções.

Existem várias formas de tratamentos que podem auxiliar os indivíduos que sofrem destes males. Uma das formas é utilizar a música como ferramenta terapêutica. Esse tratamento é conhecido como Musicoterapia, e de acordo com a Federação Mundial de Musicoterapia, é aplicada por um especialista qualificado na área, com um paciente ou um grupo, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização, e outros objetivos terapêuticos relevantes.

Os sons e a música atuam nas estruturas e funções do sistema nervoso central, glândulas endócrinas e órgãos internos, promovendo vários benefícios físicos e emocionais:

 Baixam nível de estresse;
 Favorecem estado de relaxamento;
 Melhoram a respiração, regula a pressão sanguínea;
 Fortalecem sistema imunológico;
 Trazem sensação de bem estar;
 Promovem liberação de neurotransmissores relacionados ao prazer;
 Favorecem o desenvolvimento emocional e afetivo;
 Estimulam a atividade física.

A música é uma sequência que gera ordem, equilibra corpo e mente, eleva sentimentos, organiza pensamentos, une e inclui as pessoas. Ativa diversas regiões do cérebro como o hipotálamo responsável por regular a temperatura, a vontade de comer e os estados de ânimo; o tálamo responsável por interpretar as informações dos sentidos e o hipocampo, responsável por guardar memórias e regiões associadas às funções cognitivas.
Através do som, o ser humano consegue entrar em estado meditativo e de relaxamento. Isso ocorre, pois existem ondas cerebrais que são ondas eletromagnéticas fornecidas pela atividade elétrica das células cerebrais e são medidas em Hz.

Existem 5 tipos de ondas cerebrais que agem em baixa ou alta frequência, dependendo da mudança dos estados de consciência. São elas: beta, alfa, theta, delta, gama. Em geral, o cérebro funciona em ondas beta (13 a 30 Hz) que indicam estado de vigília, atenção, alerta, e que em níveis mais altos geram ansiedade e estresse. As ondas alfa (de 8 a 13 Hz) são responsáveis pelo estado de relaxamento, introspecção e tranquilidade interna.

Alguns padrões sonoros podem baixar as ondas cerebrais para alfa, promovendo estado profundo de relaxamento, auxiliando em casos de estresse, ansiedade e distúrbios do sono. Na hora de dormir, é ideal que essas ondas estejam em estado alfa, que permitirá um alinhamento entre mente e corpo.

Leinig (1977) afirma que: “os efeitos dos sons sobre o sistema nervoso é fato de observação diária. As vibrações muito rápidas são um estímulo nervoso intenso; as mais lentas têm efeito relaxante[…] os sons agudos têm ação predominante sobre as partes superiores do corpo e são às vezes até dolorosos, enquanto que os graves, impressionam de preferência o baixo ventre […]”

Conhecendo os efeitos que o som pode ter sobre o indivíduo, pode-se utilizar certos sons e/ou músicas que auxiliem no relaxamento. Para isso, é necessário adotar práticas e hábitos, utilizando uma rotina que inclua sons e músicas para promover estados de relaxamento.
Aprender um instrumento é outro recurso muito importante que promove equilíbrio emocional, pois, desenvolve uma complexa função cognitiva do cérebro e auxilia na concentração, memória, coordenação motora, expressividade.
Outra maneira de ajudar a relaxar é utilizar a voz para cantar. Cantar é o meio mais natural, espontâneo de fazer música com o corpo humano. A voz está intimamente ligada à respiração, pois depende dela e exige que se respire de forma consciente. Respirando conscientemente, entra-se num estado de concentração interna, que permite ao indivíduo um maior contato com sua essência, ajudando a trabalhar expressão vocal/corporal como meio de liberar energia, trazendo benefícios para a saúde do corpo e mente.

Em conclusão, pode-se dizer que a música equilibra corpo de forma global. Saber reconhecer sua importância e o papel fundamental que exerce na vida do ser humano, tanto como ferramenta terapêutica quanto meio de aprendizagem musical é possibilitar um processo de autoconhecimento, ajudando a melhorar os impactos na saúde mental do indivíduo, É um meio de superação e transformação, promovendo qualidade de vida e bem-estar.

Fontes bibliográficas:
Benenzon, R. Teoria da Musicoterapia- Contribuição ao conhecimento do contexto não-verbal. São Paulo: Summus, 1988.
Bertti,M . A emissão vocal utilizada como recurso musicoterápico no tratamento de bloqueios emocionais, autocrítica negativa e dificuldades de autoexpressão em estudantes de canto. São Paulo: Editora Fontenele, 2019.
Campadello, Pier. Musicoterapia na autocura. Editora Maltese, 1995.
Danucalov,M.;Simões, R. Neurofisiologia da meditação. Editora Phorte, 2009.
Leinig, C.E. Tratado de Musicoterapia. Sobral Editora, 1977.
Lingerman, Hall A. As energias curativas da música. Editora Cultrix.


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